sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Valeu, Ronaldinho! Por Eduardo Rodrigues (@du_galo) - fotos de Gabriel Castro


Vamos lá, né? Não dá mais pra "fugir" do assunto... Sim, é isso que estou tentando fazer desde segunda, quando foi oficializada a saída do maior jogador que EU VI jogar com a camisa do clube que eu amo tanto.

Fiquei fora de todas as redes sociais e evitei conversar sobre o assunto. Dá a impressão que é um sonho que chegou ao fim. Ai perguntam: "porra, é serio que você está chorando por causa disso? Homem velho, barbado, com 30 anos nas costas?" Muito simples, esse cara que foi embora não foi só um dos responsáveis pelo maior título da história do Galo. Esse cara foi responsável por resgatar a alegria de viver do Atleticano, não só pelo fato do Galo existir, algo intrínseco, mas por trazer de volta a adormecida ambição dessa torcida, principalmente pelos últimos 10 anos tão difíceis que passamos anteriores à sua chegada. Esse cara mostrou pro Atleticano que esse clube é muito maior do que imaginamos, e que pode ser ainda maior.


O Galo é como uma pessoa da família que, quando alguém trata bem e da importância, nós passamos a tratar esse alguém como mais um dessa família. E foi isso que esse cara fez durante esses dois anos que esteve aqui.

Difícil imaginar que domingo, no horto, não teremos mais aquela frase "velho, o Ronaldinho joga no Galo", algo que era comum um Atleticano dizer para o outro no meio do jogo, com bola rolando. Fica a alegria de continuar dizendo isso no passado, mas principalmente, poder contar para as próximas gerações que eu vi, e muito, esse monstro sagrado do futebol jogando com a camisa do Galo!

Foi difícil escrever isso. Mais difícil ainda é explicar o inexplicável que é amar esse clube. Mas sei que muita gente me entende. 

Obrigado, @ronaldinhooficial! Você nunca terá dimensão do que representou e sempre representará para essa massa que você tanto fez feliz. Foram só dois anos, e parece que você esteve aqui desde que eu me entendo por Atleticano. "Eu amo o Galo! Não posso perder nem um jogo sequer, eu tô sempre à torcer. Eu amo o Galo! O dia amanhece, eu faço minha prece pra ele vencer. Eu amo o Galo! R10 é o craque, o estádio tá cheio, a massa quer ver. Que eu amo o Galo!" #R49eterno.


segunda-feira, 23 de junho de 2014

Galo na China - parte I

A ida do Galo pra China, por si só, já era algo que me animava muito. Não apenas pelos valores, mas pela confirmação da mega exposição mundial que passamos a ter desde a chegada do bruxo Ronaldinho Gaucho.
Essas excursões sempre foram muito bem exploradas pelos gigantes europeus. Super natural, uma vez que lá jogam as principais estrelas do futebol mundial, das megaproduções propagandísticas e, claro, dos vídeo games. Ora, já que desde de 2012 temos um astro com todas essas qualidades, nada melhor do que expandir a marca para além do oceano e, de quebra, faturar alguns milhões de dólares.

O início da viagem, com efeito,  não poderia ser melhor: além do assédio natural no gênio, vimos fotos com elogios, risadas e brincadeiras o que mostra, mais uma vez, que o grupo está unido. E todos nós sabemos do que esse grupo é capaz de fazer quando está unido.

Olha o clima ruim do elenco.

 O primeiro teste da inter-temporada serviu, também, para mostrar ao mundo mais uma vez o quanto somos diferentes. Domingo, 8h30 da manhã, com fórmula 1 na TV e o clima de Copa no Brasil. Alheio a tudo isso, o atleticano ligou o radinho e foi para as redes sociais acompanhar o Galo. E, assim, #GalonaChina foi para os Trending Topics  do twitter.

No campo, foi melhor que o esperado: a volta do R10 com gol e assistência, do Marcos Rocha e o Tardelli desencantando são ingredientes fundamentais na receita d o nosso segundo semestre vitorioso. Penso que é um pouco do que faltou nos jogos decisivos do primeiro semestre.

Vamos seguir acompanhando e torcendo para que os que estão na China e os que aqui permaneceram se preparem para levantar as três taças.


Vamos, Galo! Eu acredito! E acreditarei até o fim nas três competições que temos pra ganhar no segundo semestre.

sábado, 31 de maio de 2014

Um jogo especial

A CBF, "o Brasil que deu certo", conseguiu nos últimos tempos duas proezas: tirar o interesse de boa parte do povo pela seleção canarinho e fazer com que o Campeonato Brasileiro se tornasse algo chato e com pouquíssimos atrativos. Horários ruins, estádios mal cuidados, calendário incerto e o claro favorecimento aos times do eixo Rio-SP estão entre os fatores que fazem com que os amantes do futebol olhem com um certo desdém para o Brasileirão.
Nós, que somos atleticanos, passamos por cima de tudo isso e acompanhamos o Galo para sempre!
Fato é que, para se ganhar esse campeonato longo e enfadonho, todo jogo é importante. Somar três pontos sempre que possível é, obviamente, a receita para o sucesso.
Alguns jogos, entretanto, são mais interessantes que os outros: os clássicos regionais, Flamengo, Corinthians e, desde 2012, Grêmio e Tapetense estão entre os meus favoritos. No ano passado, devido ao grande número de confrontos e ao final feliz da Libertadores, o São Paulo entrou na lista.
Além de terem se transformado em rivais (quase inimigos) por razões diversas, uma coisa todos esses times têm em comum: a arrogância! Sim, meus amigos, converse com qualquer torcedor desses times ou veja as palavras de seus jogadores e dirigentes e verá que eles, realmente, se acham "a última pica da galáxia".
O Galo, como time do povo e da simplicidade, sabe que toda arrogância merece ser castigada. Assim, no jogo de logo mais, temos algo além da busca dos importantes três pontos: derrubar do salto alto habitual os tricolores paulistas.
O time vem bem, numa sequência de cinco jogos invictos. Seríamos líderes, não fosse os tropeços em casa (ou ao menos um deles) para Goiás e Criciúma. Se não consigo enxergar ainda um padrão estabelecido pelo Levir, a vontade e a correria estão de volta.
Outro fato merece ser considerado: o Tardelli vem dando sinais que está recuperando o bom futebol. Como ele costuma regular contra o São Paulo, pode ser esse o jogo que ele estava precisando para fazer uma inter temporada em paz com ele mesmo e com a torcida.
Vamos, Galo! Precisamos vencer para preparar em paz o time para a corrida rumo aos três possíveis títulos do segundo semestre.


terça-feira, 6 de maio de 2014

Vamos apoiar, que temos meio ano pela frente

Desde que me comprometi a escrever, como torcedor, as análises pós-jogo do Portal Galo Forte e Vingador, venho tentando retratar aquilo que realmente sinto. Dessa forma, procurei não escrever nada após a derrota para o Goiás no Horto.

O torcedor que fala demais na hora da derrota corre o risco de ser como aquele marido corno que, depois de fazer escândalo e expulsar a mulher de casa, vai buscá-la com flores na casa da mãe. Já vi torcedores mandando nossos ídolos embora e depois, arrependidos, fazerem declarações públicas de amor.
Enfim, para não cometer o mesmo erro, e por não entender bem o que estava sentindo, decidi adiar em um dia esse texto. Já que também não escrevi nada após a eliminação da Libertadores, passarei por ela também.

Ao contrário da grande maioria dos torcedores (tomei por base os que assistem aos jogos perto de mim e os que sigo no twitter) não fiquei muito puto com o jogo do feriado do trabalhador. Pra mim é muito claro que ganhar e perder faz parte do esporte e, se formos justos, não fizemos por merecer a classificação.

Embora eu realmente acreditasse no título (o sobrenatural poderia atuar novamente), os números do Galo na Libertadores não eram muito animadores. Não me apego às estatísticas, mas não esqueço que o goleiro do Zamora tinha um metro e meio de altura e, depois de cento e oitenta minutos, não conseguimos saber se ele é bom ou não.

Contra o Atlético Nacional a escrita se repetiu: além do gol e dos foguetes no Ouro Minas, não me lembro de termos assustado o time deles também. O goleiro deles fez alguma defesa? Não me lembro.

Apesar disso, repito, fiquei bem. Cheguei em casa e, ao contrário da grande maioria das derrotas, conversei com minha esposa, ri de situações do jogo e dormi em paz. Não quis, porém, saber de nada do pós-jogo: não vi os gols, as entrevistas dos protagonistas, as provocações azuis... Ou quase nada. Do pós-jogo, eu só queria saber de uma coisa: domingo eu estaria lá para apoiar! Independentemente dos compromissos e do frio do domingo, eu tinha de estar ali para, mais uma vez, demonstrar meu amor ao Galo!

Das cadeiras verdes do Santuário do Horto, pude presenciar um dos piores jogos da minha vida. Não que esse time seja tão ruim como outros tantos que já vi defendendo as cores do Galo, mas a atmosfera, o frio, a falta de conhecimento do treinador, tornaram aquele jogo algo duro de aguentar.

Com a eliminação na Libertadores ainda fresca na memória e o futebol pífio apresentado, foi apenas questão de tempo para que parte da torcida elegesse seus alvos: Emerson Conceição, Alex Silva, Jô (que saiu machucado), o técnico Levir (que pra mim mexeu mal demais) e os dirigentes Kalil e Maluf foram homenageados pelos diversos setores do estádio.

Não concordo com as vaias, mas entendo a reação por parte dos poucos que se dispuseram a sair de casa numa noite fria para apoiar um time recém eliminado. Mas gritar olé pro adversário? Isso não! Isso é o cúmulo da cornice!


Esse time, com suas atuais limitações, não precisa das nossas vaias, das fofocas que nós ajudamos a alimentar das indiretas públicas do nosso novo treineiro. Esse time, simplesmente pelo fato de jogar com a camisa do Galo, precisa do nosso apoio. Ainda temos três competições pela frente. Eu vou apoiar e você?

terça-feira, 29 de abril de 2014

Do limão à limonada


Como já abordei aqui nesse pequeno espaço de reflexão e desabafo, em razão da realização da Copa do Mundo no Brasil, todas as escolas de Belo Horizonte têm de compensar o período sem aulas durante a Copa, com alguns sábados letivos.

Desse terrível limão que é dar aula aos sábados, meu amigo Léo e eu, fizemos uma deliciosa limonada para nossos alunos da disciplina Estado, Administração Pública e Sociedade no Brasil, da UNI-BH. Decidimos, mais uma vez, fazer algo juntos, já que juntar alunos de cursos diferentes sempre é uma ótima oportunidade de aprendizagem.

Dessa, vez, além do viés artístico e cultural, sentimos que era preciso mostrar aos nossos alunos como a Sociedade (um dos focos da disciplina) enxerga o Estado e a Administração Pública (os outros dois focos).
Assim, a aula de sábado foi dividida em dois momentos: uma visita a uma exposição de artes um trabalho de campo.

A disciplina na visão do artista

A parte artística se deu com uma visita ao Cine Theatro Brasil Vallourec. Localizado no coração da capital mineira, o prédio, construído da década de 1930, é um dos principais símbolos da cultura belo-horizontina, de seus valores, hábitos e costumes. Esse importante espaço cultural deixou de funcionar no ano 2000, sendo reinaugurado no ano de 2013. A visita a esse prédio histórico, por si só, já seria de imensa valia, vez que todos nós ficamos entusiasmado com os detalhes de engenharia que ficam expostos no interior do prédio.

Estando lá, visitamos a a exposição de Ângelo Issa: Sentido Obrigatório. Segundo o próprio artista:


                   “A mostra “Sentido Obrigatório” sai do ambiente light e mostra o lado heavy de meu trabalho 
                  [sic]. Fala de pessoas pressionadas pelo caráter obrigatório e proibitivo de nossas leis. Pessoas 
                  responsáveis que são encurraladas por leis oportunistas, na maioria das vezes aprovadas por 
                 interesses particulares, sem qualquer estudo prévio de sua aplicabilidade ou consequência.                            Pessoas que perderam a credibilidade em nossas autoridades e que se sentem ameaçadas pela 
                  crescente corrupção e fragilizadas pelo excesso de leis [...]”



A temática está, como se vê, diretamente relacionada com a disciplina, uma vez que a relação do Estado com a sociedade, se dá, também, por meio de leis. Com efeito, a característica proibitiva de muitas de nossas leis foi motivo de discussão em algumas aulas passadas.

Foi interessante ver o esforço dos alunos para interpretar as pinturas e fazer relação com o que foi discutido em sala de aula.



Mas o que diz o povo?


A UNI-BH possui um sistema de ensino moderno e a interdisciplinariedade está presente durante todo o curso, em todos os cursos. Prova disso é o Trabalho Interdisciplinar de Graduação (TIG), trabalho semestral em que, diante de uma temática definida, os alunos devem envolver todas as disciplinas.

Com efeito, nesse semestre, os alunos do curso de Gestão Pública abordarão a corrupção na Administração Pública brasileira enquanto que os alunos do curso de Segurança Pública, abordarão as ações de segurança pública no contexto da Copa do Mundo.

Assim, nessa segunda parte das aulas, dividimos os alunos nos grupos do TIG e pedimos que fossem a alguns dos lugares mais movimentados da capital (Praça Sete, Rodoviária, Praça da Estação e Parque Municipal) e tentassem conversar com, pelo menos, trinta pessoas sobre assuntos gerais da nossa disciplina, bem como sobre alguns assuntos específicos do TIG.

Algumas perguntas seriam comuns às duas turmas e outras voltadas para o respectivo TIG. As perguntas comuns foram as seguntes:

                          1) O que significa o Estado para você?
                          2) Você sabe quais são as diferenças dos papéis da União, do Estado e dos municípios na                           nossa Federação?
                          3) Você sabe quando procurar os poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário?

Os alunos de gestão pública fizeram perguntas específicas sobre a corrupção no Brasil e os de Segurança Pública sobre a realização da Copa do Mundo.

Sabemos que o questionário não tem nada de científico e a amostra não nos ajudará a chegar a conclusões científicas, entretanto, o resultado positivo da atividade foi claramente percebido ao ver o entusiasmo dos alunos ao relatarem a experiência.

Todos estavam eufóricos: conversaram com aposentados, militares, turistas, moradores de albergues e ambulantes. Perceberam que  grande parte dos entrevistados não têm conhecimentos básicos que influenciam na conduta cidadã.


Conversa no Parque e conclusões

Para encerrar a atividade, reunimos os alunos no Parque Municipal e ouvimos seus relatos entusiasmados. A ideia agora é juntar os dados colhidos e tentar produzir em conjunto algum produto.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

É difícil, mas é preciso acreditar!

Essa semana, em um dos grupos que participo na Paróquia de Santa Luzia, da Cidade Nova, fizemos uma reflexão sobre os discípulos de Emaús. Foi algo tão marcante, que ao final do jogo do Galo ontem, só conseguia pensar na história narrada por São Lucas. Vejam porque:

O povo judeu estava há muito oprimido e aguardando o cumprimento de uma promessa que dizia que um Messias viria para libertar o povo de todos os sofrimentos e angústias. Jesus apareceu e começou a fazer muitos milagres: multiplicação de pães, cura de cegos e paralíticos, ressurreição de um amigo dentre outros. Diante desses milagres, muitos que estavam desiludidos foram atras de Jesus, que passou a ter muitos seguidores. Ocorre que, como estava previsto, aquele Jesus morreu. E não foi uma morte simples. Morreu de forma vergonhosa, como um ladrão qualquer.

Diante dessa morte, aqueles que, antes desiludidos, começaram a acreditar na redenção, se desanimaram de vez e começaram a voltar para suas terras de origem. Dois desses caminhavam de volta para a Vila de Emaús, quando o próprio Cristo apareceu para eles e disse as seguintes palavras:  "Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas!" E, depois, lembrou aos dois tudo o que tinha acontecido nos últimos tempos.

Como eu posso ter pensado nessa história depois da derrota de ontem? Ora, simples: somos como o povo Judeu que, durante muito tempo, sofreu injustiças e perseguições. A nossa redenção veio, com muitos milagres, na Libertadores de 2013. De lá pra cá, o time, aparentemente, perdeu o encanto e muitos de nós passou a duvidar e lamuriar contra todos que fizeram parte daquela libertação: Kalil, Réver, Rocha, Pierre, R10, Tardelli e Jô, além do massacre em cima do novo treinador.

Tudo isso, aliado a uma mudança no estilo de jogo, criou nas redes sociais um clima de lamentação nunca antes visto. Clima de morte, de desespero, de leite derramado. Confesso que nunca vi algo assim, depois de um time perder o primeiro jogo fora de casa, por apenas um gol de diferença.

Sei que o time não vem convencendo a muitos, mas é preciso acreditar! Temos o Horto! Temos o São Victor salvando sempre! Temos um Tardelli atleticano e um mago da bola. Temos o Jô, atacante da seleção da CBF. Não fosse tudo isso, temos uns aos outros! E isso, não podemos perder. 

Vai ser difícil? Claro! Não existe jogo fácil na Libertadores! Mas, sim, nós podemos! E devemos começar a, desde já, mudar esse clima de morte! Afinal, já renascemos outras vezes e, juntos, renasceremos mais uma vez! Vamos, Galo! Vamos ganhar a  Libertadores!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

COMO NÃO ACREDITAR? (por Sílvio Teixeira)

O desempenho do Campeãodas Américas em 2014 inegavelmente está abaixo do potencial do time e daquilo que dele esperava sua apaixonada torcida. Negar isso é fechar os olhos para os fatos que se apresentam jogo após jogo.

Não obstante uma maior segurança no sistema defensivo conquistada, muito em função da entrada no time do zagueiro argentino Otamendi, que com sua velocidade, supriu uma deficiência latente de nossa retaguarda, o time não apresenta nem de longe o futebol envolvente e intenso que encantou o Brasil e colocou a América sob nossos pés.

Aqui cê deixa

A chegada do novo treinador, com uma nova filosofia de jogo é apontada por muitos como a razão desta queda de desempenho. A má-fase e mesmo o aparente desinteresse de alguns atletas tidos como pilares do grupo, também contribui para esse declínio técnico da equipe.

Mesmo diante deste cenário que a princípio deveria ser motivo de preocupação, eu olho para esse time e simplesmente não consigo esquecer as glórias recentes que ele trouxe ao clube.

Ora, acreditamos quando um time de renegados foi montado. Acreditamos quando um “ex-craque” em alardeada decadência foi contratado. Acreditamos quando aos 47 do segundo tempo, um pênalti contra foi marcado. Acreditamos quando perdemos por dois gols numa semi-final para o campeão argentino. Acreditamos igualmente quando numa final, perdemos novamente por dois gols, dessa vez para o campeão paraguaio. Acreditamos, porque é assim que funciona o atleticanismo. Acreditamos, simplesmente porque aqui é Galo.

E depois de um ano acreditando em milagres, como poderíamos agora, simplesmente deixar de acreditar?

Sério que vocês ainda duvidam?

Não dá pra deixar de acreditar neste esquadrão que mudou a história do clube. Que nos colocou de volta no patamar que sempre foi nosso por direito. Que restaurou nossa autoestima e nos fez respeitado mundo afora... Como não acreditar?

Se hoje o time não está voando como gostaríamos, que o carreguemos no colo, como SEMPRE fizemos.

É clichê, eu sei, mas Galo, EU ACREDITO!


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Uma tarde no Museu

Sempre gostei de história. No colégio sempre fui um dos melhores da turma nessa disciplina. Talvez venha daí a minha escolha pela área de humanas. Sei que gostava muito da disciplina, também, por causa das incontáveis excursões feitas à Sabará e Ouro Preto.

Excursão era muito legal. Era dia de levar Chips e refrigerante e filar outras guloseimas dos colegas. Era dia de muita diversão e musiquinhas pouco instrutivas nos ônibus. De quebra, ainda aprendíamos algumas coisas.

Graças a essas viagens, aprendi muito sobre história do Brasil e, principalmente, me tornei uma pessoa sensível às questões dos negros. Ver uma senzala de perto, provocou em mim sentimentos que, até hoje, não consigo descrever, mas tenho certeza que moldaram meu caráter.

O tempo de Colégio Batista ficou pra trás e acabei me esquecendo da importância desses passeios culturais para o aprendizado.

No ano passado, durante uma viagem à Europa com minha família, aquele sentimento voltou. Andando pelas ruas e museus de Londres e Paris, ficava o tempo inteiro tentando me recordar das  histórias que aprendi no colégio: Absolutismo, Revoluções Burguesas, Primeira e Segunda Guerras Mundiais tinham acontecido ali e estava tudo tão presente... Me lembro de dizer para minha esposa: "quero trabalhar muito, para ter condições de trazer nossos filhos aqui, quando eles estiverem estudando história."

Eu sabia como era fascinante ver de perto o objeto do seu estudo. Me impressionou, ainda, o fato de que, em todos os museus que visitamos, estava havendo alguma aula. De artes, história ou ciências. As crianças ali viam com seus olhos aquilo que os livros retratam.

Sem me lembrar das excursões do Colégio Batista, disse muitas vezes que os estudantes brasileiros não tinham essa oportunidade.

Percebi o meu engano esse semestre, graças ao fato de que, em razão da Copa do Mundo, o calendário escolar em Belo Horizonte ganhou alguns sábados, em troca de aulas no mês de junho.

Na UNI-BH, estou lecionando a disciplina "Estado, Sociedade e Administração Pública no Brasil", no curso tecnólogo de Gestão de Segurança Pública, na UNI-BH. Faz parte do programa da referida disciplina, a formação social do povo brasileiro e a construção do sentimento de nação. 

Pensando em tornar uma dessas aulas mais atrativas, meu amigo Leonardo Ladeira, que leciona a mesma disciplina em outro curso, sugeriu que fizéssemos uma vista (excursão) ao Circuito Cultural Praça da Liberdade. A ideia era tentar visitar, pelo menos, três equipamentos culturais. 

Olha a cara de alegria do povo

Ao chegar no Centro Cultural Banco do Brasil, porém, percebemos que não ia dar pra ir em nenhum outro. Estava acontecendo ali, a exposição de fotografias "Um olhar sobre o Brasil", com fotos que retratam os principais momentos do Brasil no período que vai de 1833 a 2003.

Eu me diverti horrores, mas pude perceber em cada um dos meus alunos, aquele sentimento que tive em Ouro Preto, Sabará e, depois, Londres e Paris: "a gente viu isso em sala de aula..." "Prof., isso é aquilo que você falou..."

Me senti duplamente realizado: primeiro como educador, por ter propiciado essa experiência aos meus alunos. Alguns deles, nunca tinham ido a um museu. Depois, como brasileiro mesmo. Sabemos que o sentimento de nação passa por questões históricas, culturais, linguísticas e etc. Uma exposição como essa, nos faz ter mais forte esse sentimento nacionalista.

Para encerrar, vou citar alguns trechos dos relatórios entregues por meus alunos na aula de ontem:

Hugo Leonardo Gomes: "Foi uma aula diferente, muito descontraída e de grande aprendizado. Nessa exposição, foi possível vivenciar, de forma ilustrativa, tudo aquilo que aprendemos dentro de sala de aula e ainda agregar outros conhecimentos da formação cultural e politica do Brasil."

Wemerson Augusto Duarte: "Eu, como aluno da UNI-BH, me senti realizado com avisita ao CCBB, indicando como parada obrigatória para qualquer pessoa que esteja visitando a cidade. Quem for, certamente sairá com um pouco mais de conheimento e cultura."

Lilian Ednaile Correia: "Foi uma aula de oportunidades, onde pudemos adquirir conhecimentos sobre nossa história. Um incentivo para que possamos ter gosto em conhecer mais sobre nosso país."



quarta-feira, 16 de abril de 2014

Vocês estão loucos?

Desculpem-me se o título pareceu ofensivo, mas preciso perguntar de outra forma: VOCÊS ESTÃO LOUCOS? PERDERAM O JUÍZO?

Temos um jogador que, normalmente, faz isso:


Esse mesmo jogador, campeão de tudo e eleito o melhor do mundo duas vezes, é tratado assim por onde passa:


Depois que esse cara chegou ao Galo, voltamos a ter um status que sempre foi nosso. O Menino Bernard deixou de ser uma opção (até como lateral direito), se firmou não só como titular, mas como jogador essencial para o time e chegou à seleção. E deixou claro que foi por causa dele. Outros ótimos jogadores querem jogar aqui por causa dele.


E vocês querem cornetar esse cara? 

Estou realmente impressionado com a postura de muitos nas redes sociais. Não sei se por ignorância ou ingratidão, mas é fato que boa parte dos atleticanos, entrando na onda da Rádio Itatiaia e do Programa de humor da 98fm, elegeram o Ronaldinho pra Cristo. Logo ele que mostrou ao mundo que aqui é Galo, porra! Logo ele que nos ensinou que quando está valendo, tá valendo! Logo ele que, com sua simples presença, devolveu nosso time ao lugar que é dele: o topo do futebol brasileiro.

Não nego que o rendimento está abaixo dos anos de 2012 e 2013, mas basta ver os melhores lances dos jogos em que ele atuou, para ver que ele só não saiu de campo como o melhor, por detalhes. Aqueles passes mágicos pra gol estiveram presentes em todos os jogos.

De qualquer forma, penso que devemos ser mais cuidadosos em nossas críticas. Não podemos correr o risco de perder um dos grandes jogadores de nossa história, por pura cornetagem. É hora de abraçar o time, inclusive o Ronaldo, que já demonstrou que o nosso carinho fez com que ele se superasse.

De resto, basta lembrar que já apoiamos Bilus, Márcios Araújos, Tchos, Renans Oliveiras e muitos outros cabeças de bagres com a camisa do Galo. Vamos abandonar um Ronaldinho? Eu não vou. E vocês?


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Agora tá valendo!

Uma das frases marcantes do ótimo primeiro semestre de 2013 foi dita por ele, o bruxo, o mago, o gênio da bola Ronaldinho Gaúcho que, ao contrário do que acredita o meu subconsciente, joga no Galo! Depois de uma semana de falação por parte da imprensa do eixo e do quase pastor Rogério Ceni, nosso time deu um chocolate e o craque fez a alegria da massa afirmando que "Quando tá valendo, tá valendo!"


De lá pra cá, comecei a perceber que esse time sabe bem o que quer e, geralmente, faz o que se espera dele. Sabedor de suas qualidades, o atual elenco do Galo joga para obter os resultados necessários. Tirando a derrota inesperada no Marrocos, foi assim em todos os momentos do ano passado: os resultados em casa na Libertadores; a derrota para o rival do Barro Preto na final do Mineiro e até no Brasileiro quando, infelizmente, deixaram claro que o objetivo era não cair. 

De certa forma, o hábito de fazer o que precisa se repetiu nesse campeonato mineiro. O time jogou de maneira inteligente. Segurou bem o Cruzeiro e, não fosse um erro terrível da arbitragem no final, conseguiríamos sair de lá vitoriosos.



Esse torcedor estava pronto para gritar, de novo, que quando tá valendo, tá valendo!

Mas perdemos. E aí? É o final dos tempos? Hora de começar uma caça aos bruxos? Creio que não!

Esse time é bem diferente daquele campeão no ano passado. Diferente, não pior ou melhor... Certamente o do ano passado jogava mais como a torcida gosta: principalmente quando jogava em casa, começava com uma intensidade incrível e um futebol que encantou boa parte dos críticos, inclusive os da imprensa do eixo. 

O time desse ano, não tem essa intensidade. Ao contrário, dificilmente consegue manter uns cinco minutos de pressão sobre o adversário, mesmo jogando no Horto. Por outro lado, consegue segurar mais a bola, administra bem a posse e não tão exposto a riscos. O sistema defensivo, mesmo perdendo um monstro como o Réver, parece bem seguro. 

Como eu disse, não é melhor nem pior. A grande maioria prefere a intensidade do ano passado. Outros, porém, gostam mais desse futebol de resultados desse ano.

Seja como for, penso que entramos forte para as próximas fases da Libertadores. Somos tão favoritos como no ano passado. Temos, como bem lembrou o Fred Melo Paiva, um craque, um gênio e um santo. Eu diria mais: temos vários craques. 

Esse time sabe que agora está valendo e, quando tá valendo, tá valendo! A torcida precisa acreditar nisso também.

Eu acredito! E você?


sexta-feira, 11 de abril de 2014

A vida ensina, aprende quem quer

O prédio em que morei a vida inteira possui, logo na entrada, um hall aberto, com piso de ardósia. Em um dia de chuva, descobrimos que ali era um ótimo lugar pra jogar bola. Claro que, em função do espaço, a bola e o time deveriam ser menores. Assim, jogávamos com times de três jogadores e usávamos bolas de meia.

O negócio ficou tão divertido, que passamos a preferir as peladinhas no "verdinho" à pelada tradicional na quadra.

Começamos a nos profissionalizar, fazer campeonatos de pontos corridos e mata mata.

O negócio acabou ficando profissional demais: um dia, um dos moleques mais nerds (e que não era muito bom de bola) chegou com um regulamento do verdinho: aquele espaço de diversão, a partir de então, passou a ter regras claras: o uso de uniforme passou a ser obrigatório, as partidas eram sorteadas em horários marcados, as bolas de meia tinham especificações próprias e outras bobagens do tipo.

Não demorou muito, alguns "atletas" voltaram para a pelada da quadra. Pouco tempo depois, alguém sugeriu uma debandada geral e apenas uns três ou quatro permaneceram no verdinho, que já não era tão legal assim.

Casos como o do verdinho se repetiram ao longo da minha infância. 

Essa história me voltou à mente ontem, quando, antes do jogo do Galo, percebi que Chef Túlio estava participando de um festival gastronômico: o Botecar. Na hora achei estranho, pois me lembro o ótimo Casa Cheia havia saído do Comida di Buteco exatamente por ter participado de outro festival gastronômico. Esse consagrado festival exigia de seus participantes exclusividade.

A minha primeira pergunta foi: o Chef Túlio saiu do Comida di Buteco? O dono me explicou que haviam decidido sair, pois as regras daquele festival estavam ficando muito complicadas: exclusividade, pratos com ingredientes obrigatórios, imposição de marcas e etc.

A minha surpresa aumentou, quando peguei a propaganda do tal Botecar. Isso porque percebi que a debandada foi muito grande: além do Chef Túlio, Bar da Cida, Bar da Lora, Bar do Careca,, Bar do Doca, Bar do Magal, Bar do Véio, Bar do Zezé, Cantina da Ana, Família Paulista e Silvio's Bar são exemplos de bares que, antes, participavam do Comida di Buteco.

Ao que tudo indica, os organizadores nunca foram crianças ou nada aprenderam com as lições da vida.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

A Finalidade do Estado Brasileiro

Em conversa com um grande amigo durante a semana, refletia sobre o fracasso do Estado brasileiro em atingir seus fins. Afinal, ensino todos os dias em minhas aulas de Direito Administrativo ou de Estado, Administração Púbica e Sociedade no Brasil que a finalidade do Estado é garantir o interesse público.

Me lembro que quando, ainda na graduação, assistia às aulas de Direito Administrativo, o Professor Antônio Anastasia elegia entre os alunos um "guardião do interesse público", para não deixar que nós, alunos, nos esquecêssemos do objetivo principal do Estado e, consequentemente, da matéria.

Não precisa ser muito observador, porém, para perceber que o Estado brasileiro está longe de atingir seus fins. A educação vai mal (nossos estudantes ficaram entre os últimos em um ranking que mede a capacidade de raciocínio); A saúde é de uma precariedade assustadora; o transporte público não atende bem; a segurança pública passa por uma crise profunda, chegando ao ponto de termos um crescente número justiceiros espalhados pelo país; temos ainda problemas com estradas, aeroportos, portos e relações exteriores. Enfim, o Estado não consegue maestria em nenhuma de suas atividades fim.

Para piorar, há, claramente, falta de planejamento em suas ações: as obras atrasam, as cidades alagam, as estações de BRT e os estádios não são aptos a receber pessoas com necessidades especiais, em pleno século XXI. Não estamos, portanto, evoluindo em nenhuma das questões citadas acima.

A minha angústia aumentou, quando, no meio da conversa, percebemos que as empresas brasileiras, teoricamente, conseguem atingir seus objetivos.

Aqui precisamos destacar que, em regra, os objetivos das empresas se resumem ao lucro financeiro. Ainda não existe não existe em nosso país uma cultura de "empreendedorismo social". Ou seja, as empresas não se preocupam em ajudar o Estado a atingir seus fins. Não há preocupação por parte destas em contribuir para o desenvolvimento da sociedade que as cerca.

No meio da conversa angustiada, meio que tentando mudar de assunto, afirmei que a Dilma não seria reeleita. Realmente acho que não será, mas isso é assunto pra outra conversa.

Assustado com meu posicionamento, meu amigo, que é eleitor declarado da Presidenta, refutou meus argumentos, alegando que Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Mais Médicos, sozinhos, ganhariam a eleição. 

Foi então que percebi o meu equívoco: ao contrário do que defendi no início, o Estado brasileiro atinge sim sua finalidade. O problema, com efeito, é que a finalidade do Estado brasileiro não é atingir o interesse público e sim ganhar as eleições! O fim da Administração Pública brasileira é puramente eleitoral, caros amigos.

Nos ajuda a ter certeza dessa finalidade, o fato de que nove governadores de Estado podem renunciar aos seus mandatos para... participar das eleições!

E, em relação a esse fim, podemos dizer que o Estado brasileiro é um "sucesso"! Tal sucesso é facilmente comprovado, quando a gente observa o alto índice de reeleição dos governantes brasileiros. 

Depois dessa conclusão, percebi que me equivoquei, também, quando disse que as empresas brasileiras não ajudam o Estado a atingir seus fins. Com efeito, entre 2010 e 2012, as empresas brasileiras doaram, aproximadamente, R$ 4,1 BILHÕES para candidatos.

Os valores são impressionantes, principalmente quando se observa que não há um critério ideológico para as doações. As empresas, em regra, doam para todos os candidatos que têm chance de ganhar.

Ora, qual seria o objetivo das doações, senão conseguir vantagens do Governo? Ou melhor, será que um Governo trata com a mesma isenção uma empreiteira que não se envolve com políticos e uma que doou R$ 5 milhões para uma campanha?

O Supremo Tribunal Federal tem a chance, agora, de proibir tais doações. Espero, sinceramente, que o faça, embora não acredito que as empresas deixaram de repassar recursos aos candidatos, mesmo que na ilegalidade.

Seja como for, já é hora da sociedade brasileira exigir que o Estado, tão bem remunerado, cumpra os fins para os quais foi criado.