sexta-feira, 25 de março de 2011

Seja mais responsável, Marcelo Tas

Uma das grandes novidades do uso intenso das redes sociais (principalmente o twitter) é o contato direto e constante do cidadão comum com as chamadas celebridades de todas as áreas como artistas, intelectuais, políticos, atletas, ativistas e outros. Assim, passamos a ouvir e, algumas vezes, ser ouvidos por pessoas que admiramos e temos uma distancia quase que inatingível.
Do lado do cidadão comum isso é fascinante. Eu, por exemplo, vibro ao ver os posicionamentos jurídicos-eleitorais do Dr. Adriano Soares (@adrianosoares69) ou do super simpático ex-presidente da OAB Cezar Brito (@cezar_britto). Posso debater opiniões políticas com mandatários (como faço com o ilustre comunista Deputado Carlin Moura - @depcarlinmoura) e me divertir com o dia-a-dia (as vezes fútil) de super celebridades, como o inigualável e louco Charlie Sheen (@charliesheen).
A celebridade, por sua vez, tem três opções: ou adota um perfil de humor e não espere ser levado a sério, como os integrantes do programa de humor CQC Rafinha Bastos (rafinhabastos) e Danilo Gentili (@danilogentili), ou um perfil simplesmente interativo como o jornalista William Bonner (@realwbonner) ou a cantora Sandy (@sandyleah); pode ainda adotar um perfil mais sério e interativo, como o, também do CQC, Marcelo Tas (@marcelotas ou o ator José de Abreu (@realjosedeabreu).
Penso, não obstante, que se for feita a terceira opção, a celebridade deve ter muita responsabilidade com o que diz. Isso porque os que o seguem, na maioria das vezes, seguem cegamente e suas opiniões vão influenciar milhares ou milhões de pessoas.
Não precisa levar a sério o que o "tio" fala!
Nesse sentido, me espanto ao ver o perfil do já citado jornalista Marcelo Tas. Isso porque seu perfil (muito interativo por sinal) ao se denominar jornalista, passa a idéia de que se encontrará ali informações sérias e responsáveis. Não é o que acontece, porem.
No final da tarde da quinta feira, dia 24 de março, o Tas postou a seguinte frase em seu perfil no twitter:
Alo Senador Aecio, Governador Anastasia, que tal aprender com os japoneses a reconstruir estradas destruídas? http://bit.ly/hg0VAB
E continuou:
Muitas estradas de MG são federais mas estão em Minas, ne? Cade a parceria governo federal + estadual q falam tanto?
Os comentários foram irresponsáveis porque, provavelmente, a maioria dos seus 1,317,031 seguidores não sabe que a competência para reformar as estradas federais é do Governo Federal e que o Governo Estadual não pode obrigá-lo a fazer uma parceria, embora já tenha se oferecido para tomar conta de algumas rodovias de competência da União.
Com relação às estradas mineiras, é importante que se faça algumas considerações:
1) Em 2004, inicio do governo do hoje Senador Aécio Neves, foi implementado um projeto denominado Pro-Acesso, com o objetivo de fazer com que todas as cidades mineiras tenham pelo menos um acesso asfaltado.
Trecho Andrelândia -  Entroc. BR 120
Em 2003, 628 municípios possuíam acesso pavimentado. Em 2009 o número chegou a 766.
Foram mais de 6.000 KM de estrada, mais da metade de tudo que já tinha sido feito na história de Minas.

O resultado, como se pode imaginar, foi um elevado desenvolvimento nas regiões que passaram a ter o acesso asfaltado. Muitas cidades alcançaram o status de pleno emprego.
Apenas a título de comparação, vejam a comparação com o Governo Federal nesse quesito.
Dados de 2009

2) Paralelamente ao Proacesso, foi criado o projeto ProMG, com o intuito de manter as rodovias estaduais em boas condições. Nesse programa, cerca de R$ 6,1 bilhões investidos nas rodovias de MG, tendo como resultado físico 3.600 Km de rodovias recuperadas pelo Programa ProMG Pleno  e 10.000 Km de rodovias recuperados pelo programa ProMG Funcional.
Além disso, Nos últimos 2 anos, a extensão da malha rodoviária estadual sob contratos de manutenção de vias no âmbito do Pro-MG mais que dobrou, alcançando a marca de 4.909 Km de rodovias com contratos de manutenção permanentes assinados pelo programa ProMG Pleno.
Por conseqüência, Reduziu-se em 8% o número de acidentes em rodovias estaduais e federais delegadas.

3) A estrada japonesa citada pelo Marcelo Tas tem apneas 150 metros de extensão. Tendo em vista que o atual Governo de Minas construiu cerca de 2km de estradas por dia, o “Record” japonês não nos interessa.

Na verdade, creio que o Marcelo tas reparou a bobagem que escreveu, mas não teve humildade suficiente para reconhecer. Ele podia, por fim, aproveitar e pedir aos seus muitos seguidores que cobrem do Governo Federal as reformas que o povo mineiro tanto precisa, principalmente na BR 381, conhecida como rodovia da morte.
Aí sim, estaria agindo com responsabilidade!