quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Amizade

Para que serve um amigo? Para dividir momentos alegres? E os tristes? Para dividir dúvidas e ansiedades? Para apoiar quando o mundo está contra?

Passei boa parte do feriado de 12 de outubro refletindo sobre a amizade. Pensei nos meus amigos e na importância de cada um deles em minha vida. Procurei refletir, também, sobre o meu papel na vida de tantos amigos, os presentes e os nem tanto; os de perto e os de longe, os novos e os velhos...

No final do dia, já tinha conversado (via twitter e Whatsupp) com o Padre Jailson, tomado cerveja e vinho com o Tales Lacerda e programado uma visita ao Filipe Menezes. Lembrei que, no final de semana, me encontrarei com muitos desses meus amigos, mas não cheguei a nenhuma conclusão quanto ao papel da amizade.

Hoje, logo pela manha, fui surpreendido com um texto que recebi, com dedicatória e tudo, do ilustre Dr. Fernando Vieira. Resolvi compartilhar


A M I Z A D E

Kalil Gibran
(do livro "O Profeta")

E um adolescente disse: "Fala-nos da Amizade."
E ele respondeu, dizendo:

"Vosso amigo, é a satisfação de vossas necessidades.
Ele é o campo que semeias com carinho e ceifais com agradecimento.
É vossa mesa e vossa lareira.
Pois ides a ele com vossa fome e o procurais em busca da paz.

Quando vosso amigo manifesta seu pensamento,
não temeis o "não" de vossa própria opinião, nem prendeis o sim.
E quando ele se cala, vosso coração continua a ouvir o seu coração.
Porque na amizade, todos os desejos, ideais, esperanças,
nascem e são partilhados sem palavras, numa alegria silenciosa.

Quando vos separeis de vosso amigo, não vos aflijais.
Pois o que vós ameis nele pode tornar-se mais claro na sua ausência,
como para o alpinista a montanha aparece mais clara, vista da planície.

E que não haja outra finalidade na amizade
a não ser o amadurecimento do espírito.
Pois o amor que procura outra coisa
a não ser a revelação de seu próprio mistério não é o amor,
mas uma rede armada, e somente o inaproveitável é nela apanhado.

E que o melhor de vós próprio seja para o vosso amigo.
Se ele deve conhecer o fluxo de vossa maré,
que conheça também o seu fluxo.

Pois, que achais seja vosso amigo
para que o procureis somente fim de matar o tempo?
Procurai-o sempre com horas para viver.
Pois o papel do amigo é o de encher vossa necessidade,
e não vosso vazio.

E na doçura da amizade, que haja risos e o partilhar dos prazeres.
Pois no orvalho de pequenas coisas, o coração encontra sua manhã e se sente refrescado.