Sim, sou do tempo em que os pais ensinavam aos filhos que o importante é competir e que o esporte era um ótimo meio de auxiliar na formação do caráter das crianças.
Aparentemente esse tempo já passou. Vivemos em uma época em que as crianças aprendem que o importante é vencer, a qualquer custo. No caso du futebol isso salta aos olhos. Se for preciso, simule uma falta para ganhar um penalti ou expulsar o adversário. Aliás, esse foi um dos temas tratados em uma edição do ótimo Sportv Repórter.
A grande maioria dos atletas, nem de longe, pode ser considerada exemplo para alguém. Sempre envolvidos em polêmicas, se acham melhor do que os outros, muitas vezes em decorrência dos altos salários. Não sabem perder e, muitas vezes, não sabem nem ganhar.
Me impressiona as declarações de jogadores de futebol após vitórias ou títulos, principalmente quando se ganha de um rival histórico.
Comportamento diametralmente oposto é observado em jogadores de tênis. Pelo menos nos mais conhecidos. tanto é que, na minha opinião, o grande ídolo do esporte brasileiro dos últimos anos é o Guga.
Ídolo aqui e lá. Genio! Inigualável |
Fato é que os tenistas são, sim, grandes exemplos de atletas
Para tentar comprovar a tese, alguns fatos isolados, mas que, creio, são a regra do comporatmento desses atletas.
No Australia Open de 2009, o mito Roger Federer, considerado por muitos o melhor de todos os tempos, estava a uma vitória de igualar o record de conquistas em Grand Slans de Pete Sampras. Ocorre, que tinha uma pedra no meio do caminho, ou melhor, um muro. Ninguém menos que seu maior Algoz, o gênio espanhol Rafa Nadal.
Em um jogo épico, com cinco sets, Nadal adiou o sonho do suiço. Para a surpresa de muitos, Roger não conseguiu segurar as lágrimas, gerando um certo constrangimento em todos que viam a cena. Confesso que chorei também, mas o esporte é feito disso...
Ver homem barbado chorando é foda! |
Sorry, for today! |
Nas últimas semanas, durante o torneio de Roland Garros, pude, mais uma vez comprovar a tese. O campeão (e agora também recordista) Rafa Nadal não começou muito bem o torneio, correndo, inclusive, risco de perder logo na primeira rodada (!!!). Depois da vitória sofrida, no quinto set, Federer, que sabia muito bem o que aconteceria se encontrasse Nadal pelo caminho, disse que torceu pelo rival e aplaudiu a capacidade de reação do amigo.
Já na última e decisiva semana do torneio, tivemos, mais uma vez, a oportunidade de ver um show de gentilezas por parte dos três melhores do mundo. Diante da semifinal que colocou de um lado Federer e do outro Djokovic, o número 1 afirmou: é "o melhor da atualidade contra o melhor de todos os tempos" (show de humildade e respeito).
Aliás, após esse que, para mim, foi o melhor jogo do ano, as palavras do "perdedor", merecem destaque:
"Todo crédito ao Federer. Ele foi pros golpes sem cerimônia comigo, mereceu a vitória. Fizemos parte de uma excelente partida - declarou o número dois do mundo.
(...)
Fiz um bom torneio. Foram os melhores cinco meses de minha carreira e sabia que iria terminar uma hora. Assim é o esporte."
Bom demais ver uma entrevista dessas! Sem o tradicional #mimimi ou #chororô dos jogadores e técnicos de futebol!