quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tiririca e o tal voto de protesto

Na última segunda-feira, me reuni com alguns amigos para assistir o debate entre candidatos a governador do Estado de Minas Gerais. Mais do que uma chance de ver o desempenho dos candidatos a 01 do Palácio Tiradentes, encontrar com Osvaldo Castro, Lourenço Capanema, Igor Oliveira, Leonardo Saraiva e Adriano Cardoso é, por si só, já valeriam o "sacrifício".

                                          Realmente um grande sacrifício

No meio da agradável noite, surgiu o assunto da candidatura do palhaço Tiririca a uma vaga na Câmara dos Deputados. Com efeito, a referida candidatura tem sido destaque em muitos jornais brasileiros e internacionais não apenas pelo fato de ser algo exótico, mas, também, pela possibilidade de ser o palhaço um dos recordistas de voto.

 Mas, afinal de contas, o que leva as pessoas a votarem no Tiririca?

Uma teoria que tenta explicar o fenômeno defende a ideia (como é difícil escrever ideia sem acento) de que o voto em Tiririca é um voto de protesto. Nesse caso, as pessoas usam o voto para protestar contra o atual estágio da política e dos políticos brasileiros. Assim, a certeza de que, realmente, pior do que está não fica, o eleitor concede seu voto a alguém que, aparentemente, não tem nada a contribuir para o país.

                                           Afinal, pior do que tá não fica

Não obstante a plausibilidade do argumento acima, penso que o voto em Tiririca não é um voto de protesto. Com efeito, desde que surgiu em 1996, com a canção Florentina, o palhaço tem feito enorme sucesso por onde quer que passe. A irreverência e o humor pastelão sempre foram a marca principal de Tirica. Tais características são bem exploradas, também, pelo Tiririca candidato, conforme pode-se observar no seu horário eleitoral.



Por tudo isso, entendo que o voto em Tiririca, ao contrário do que muitos pregam, não é um voto de protesto  e sim um voto de carisma. Os seus eleitores, acredito, decidiram votar nele pelo seu grande carisma e pela forma como se comunica. O carisma, aliás, não é novidade na hora do eleitor se manifestar. Basta observar os altos índices de popularidade do presidente Lula.

O fenômeno Tiririca deve servir, de resto, para que a sociedade brasileira reflita melhor sobre a forma como ela encara a política.